quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Mudança! (que na verdade já aconteceu)

Yo galera! Sei que faz tempo que abandonei o blog, mas foi por uma boa causa. O "Essa sociedade tá Tudo Errado" teve seu passe "comprado" pelo blog Apendcity. Na verdade eu fui convidado para escrever lá, e já tenho 12 posts na minha coluna.

Acabei me empolgando por lá e até esqueci desse blog, foi um amigo meu que passava aqui de vez em quando que me disse que era bom postar aqui que rolou essa mudança porque ele achava que eu só estava a muito tempo sem postar, de repente pode ter mais gente esperando. Se realmente tinha gente que ainda me procurava por aqui, boa notícia pra vocês! o Essa Sociedade tá Tudo Errado ainda vive! E continua andando a passos módicos. Podem conferir neste link.

Isso não quer dizer que esse blog acabou, é possível que eu ainda o use pra algo mais pessoal, mas a coluna sobre crítica social foi pro Apendcity. Que aliás tem bastante coisa legal, eu aconselho a darem uma passada lá, não só por minha causa.

Bem, é isso. Love, peace, cookies and changes for all! x^^

quinta-feira, 26 de abril de 2012

"Essa sociedade tá tudo errado" 6 - Pós-adolescentes

Bem, aqui estamos mais uma vez. Queria agradecer o apoio de vocês meus fiéis (2) leitores. Eu uso o blog mais como um exercício de escrita, pra cultivar o costume de escrever periodicamente, e também como bloco de notas, sempre achei que essas minhas teorias e teses mereciam ser registradas em algum lugar, quando fui ver já estava fazendo isso no blog como desabafo da rotina. Não se enganem, não tive a intenção de fazer do mundo um lugar melhor ou iluminar as pessoas, na verdade mesmo apesar de ter uma média de 0 a 1 comentários por post geralmente eu vejo as visualizações do blog, e percebo que tem sim um pessoalzinho que lê, e se eu fiz algumas pessoas pensar um pouco já fico feliz. E agradeço muito a divulgação, os RTs, compartilhamentos no facebook e tudo mais. Valeu pela força galera.

Esse é um post que nasceu a partir de outro post, o "Essa sociedade tá tudo errado" 3 - Assim caminha a vida social. Eu comecei a me empolgar e quando vi tinha saído muito do foco, então resolvi guardar parte do post e deixar pra depois, tenho aqui uma coleção de rascunhos nesse tipo. Falando das fases da vida eu lembrei de um termo que costumo usar muito para classificar um tipo de pessoa, o complicado pós-adolescente.

Ok, você conhece a adolescência, que eu mesmo classifiquei como "época em que já achamos que somos gente", espero que tenha passado por ela, ou até mesmo ainda esteja curtindo essa fase (se tiver idade pra isso claro), e todos somos familiares com o termo pré-adolescente, que é quando você começa a pensar na possibilidade de talvez estar começando a virar gente. Pois bem, o pós-adolescente (termo que eu realmente acho que criei, pelo simples fato de nunca ter ouvido antes de começar a falar) é basicamente uma pessoa que em idade chegou já ao que a nossa sociedade atual classificaria como adulto, mas ainda está preso em sua adolescência, seja por medo de crescer, por extremo apego a essa fase da vida ou simplesmente porque não conseguiu amadurecer no tempo certo. Não é regra (na verdade falando em comportamento social nada é) mas isso costuma acontecer muito com as pessoas que era "populares" na sua adolescência.

Não é tão incomum, visto que idade não quer dizer amadurecimento, é normal as pessoas que amadureceram fisicamente e não psicologicamente durante a adolescência (o atleta e a gostosa da sala) tenham problemas no começo da vida adulta, e essas pessoas não amadureceram psicologicamente justamente porque não foram obrigadas a isso. O que acontece é que de fato não ser popular ajuda a construir caráter (ajuda, mas não faz isso sozinho, tem gente que usa dificuldades como alavanca e outros como muleta). Tem uma coisa que eu sempre digo sobre esse assunto: "Fruta que amadurece mais rápido também estraga mais rápido". O que acontece também é que a vida é dividida em fases, um motivo simples de isso acontecer é simplesmente pelo apego a essa época da vida. Se uma pessoa teve uma adolescência foda, onde era o cara mais popular do colégio, dificilmente vai querer largar dessa lembrança, enquanto outro indivíduo que não teve muitas atenções e passou por momentos difíceis na mesma época, não vê a hora de chegar na vida adulta. A verdade é que muita gente acaba amadurecendo melhor longe das pressões da adolescência.



Taí uma que não se deixou abater pelo colegial



Eu sinceramente não tenho mais muita paciência pra ficar lembrando toda hora que cada caso é um caso, e além de minhas teorias serem limitadas pela minha experiência pessoal, são casos de análise de maior incidência. Obviamente que existem pessoas que passam com excelência essas fases da vida, e pessoas que são inaptas sociais e simplesmente tem uma dificuldade maior em lidar com pessoas no geral. Eu mesmo tenho um certo de nível de inaptidão social, mas entro na categoria de pessoa não popular no colégio que aprendeu a viver direito longe das pressões da adolescência.

Bem, eles existem pelos mais variados motivos, mas o que caracteriza um pós-adolescente? Bem, basicamente o comportamento de um adolescente em um corpo adulto. As inseguranças, a constante necessidade de chamar atenção (a.k.a.* carência), a inconstância, a incapacidade de tomar decisões importantes e tudo mais que faz um adolescente complicado. Confesso que comecei a utilizar o termo pós-adolescente em tom pejorativo quando via pessoas crescidas sendo idiotas na rua, geralmente abusando de carros, aparelhos de som e outras coisas que adolescentes geralmente não têm acesso fácil. Na verdade ainda uso esse termo desse jeito, e ainda parece servir.

Outra característica (acho que a mais preocupante) no comportamento de um pós-adolescente é a dificuldade com relacionamentos afetivos de longo termo (a.k.a.* namoro). Não digo que concordo com isso, mas vamos concordar que o aceitável na nossa sociedade é que uma pessoa comece a se relacionar com outras pessoas, tenha muitos problemas, algumas poucas soluções, e um dia encontre uma pessoa, com quem deverá firmar um relacionamento estável, que deverá durar "até que a morte os separe", essa é a apostila da vida. E de fato é algo que vai acompanhando o amadurecimento de uma pessoa. Claro que existem pessoas que gostam mais de relacionamentos longos e outras que nem tanto, é algo de pessoa pra pessoa, mas muitas vezes as pessoas que não gostam de relacionamentos longos são assim porque simplesmente não conseguem lidar com eles, não têm maturidade suficiente pra conviver a esse nível com uma outra pessoa. Isso é normal na adolescência, já que geralmente não temos maturidade o suficiente pra lidar com quase nada, é a época em que mais podemos fazer merda pra adubar a grande árvore da vida. Pós-adolescentes geralmente tem problemas em manter um relacionamento a longo termo. Sabe aquele cara que tá sempre solteiro e, enquanto os amigos vão namorando, noivando ou até casando, vai se afastando, buscando os poucos amigos solteiros que ainda lhe restam porque obviamente não curte fazer "programas de casal". Pois é, reality slap my friend, uma hora as pessoas resolvem ter uma família, e não dá pra ser adolescente pra sempre.


Barney Stinson do seriado How I Met Your Mother, se for pra ser o cara solteiro, pelo menos seja awesome


Basicamente é essa a ideia de o que é um pós-adolescente, eles estão por aí, não é difícil reconhecê-los. Não digo que eles são pessoas piores ou melhores, só que são pessoas complicadas. Confesso que esse é um tema que eu não tinha ainda muito bem definido ou estudado, as chances de ter falado muita besteria não é pequena. Bem, a área de comentários taí pra isso, prometo que respondo assim que vê-los. É isso galera, live and learn, Vitor Yamana rolling out.

* a.k.a. é uma sigla para also known as ("também conhecido como" ou as vezes traduzido como "vulgo")

quinta-feira, 12 de abril de 2012

"Essa sociedade tá tudo errado" 5 - Pessoas problema vs pessoas solução

Essa é uma teoria que eu tenho faz um tempo já. Acho que foi com ela que comecei a analisar mais a fundo as pessoas, é bem possível que ela seja a base de toda a minha tese sobre comportamento social. Isso se eu fosse realmente um estudioso sério de qualquer coisa, no momento é só uma teoria de psicologia de bar.

Eis o que acontece, existem nesse mundo dois tipos básicos de pessoa, as pessoas problema e as pessoas solução. Obviamente estou falando de dois extremos, é claro que cada caso é um caso e existem os tons de cinza no meio disso tudo, mas conviva um pouco com esse pensamento e vai começar a classificar as pessoas. De começo até comecei a pensar que esses dois tipos de pessoas, em suas várias intensidades, existiam pra se complementar, criando assim um certo equilíbrio nem um pouco justo no mundo. Mas com o passar do tempo percebi as várias relações diferentes entre esses diferentes tipos de pessoas. Mas antes de entrar nisso é melhor descrever os dois tipos.

Ainda não sei realmente o que faz uma pessoa ser, em sua essência, uma pessoa problema ou pessoa solução. São vários fatores que influenciam nisso, o maior deles é o que chamamos de maturidade, que eu defino com a fórmula matemática [habilidade de aprender com seus erros x erros cometidos = maturidade] (lembrando sempre que qualquer coisa multiplicada por zero dá zero), na verdade acabei de criar essa fórmula, mas achei que ela resume muito bem meu conceito de amadurecimento.

Os nomes são auto-explicativos, mas acho que é melhor definir bem ambos. Uma pessoa problema é bem... problemática (ok, eu disse que era auto-explicativo, mas não é pra tanto né), geralmente tem problemas em enxergar fora do seu mundo particular, onde todas as atenções do mundo devem ser (sem motivo aparente) voltadas para ela, seguindo a fórmula matemática (que gostei tanto que decidi nomear de teorema de Vitor) é uma pessoa que normalmente não é isenta de erros cometidos, mas sua habilidade de aprender com seus erros é zero ou algo muito próximo a isso. Bem, poderia ficar muito tempo descrevendo o que faz uma pessoa problema ser... bem, um problema. Mas basicamente é uma pessoa que tem a incrível capacidade de arranjar mais problemas do que solucionar.

Uma pessoa solução geralmente tem seu sentido de "vai dar merda" mais apurado, aprendeu a evitar problemas já tendo enfrentado tais problemas ou até mesmo tendo conhecido alguém que o fez (mas isso já é um outro nível). Poucas pessoas solução conseguem viver felizes com seus problemas solucionáveis, porque geralmente convivem com pessoas problema que trazem seus problemas, e geralmente por essa convivência, elas solucionam mais problemas do que arranjam.

Como disse, existem níveis em tudo isso, além de exceções. Existem pessoas solução que vão contra o teorema de Vitor, e solucionam mais problemas que arranjam simplesmente porque em sua inocência arranjam poucos ou quase nenhum problema, e também pessoas problema com um alto nível de maturidade mas que em sua excentricidade, simplesmente arranjam muitos problemas por diversos motivos.

De começo eu pensava na relação das pessoas problema com as pessoas solução como algo saudável e até necessário, como se fosse um ecossistema funcional. Mas não, o mundo é um caos. Tipo um mundo de quadrinhos, os heróis lutam contra vilões, depois lutam entre si, depois assistem vilões lutarem entre si, se aliam a vilões pra derrotar outros vilões e por vezes se tornam vilões, assim como vilões podem também se tornar heróis. Ainda assim é possível estudar os resultados mais comuns das relações entre esses tipos de pessoa.

Já que o mundo é um caos, pelo menos podia ser divertido assim né?


Primeiro a relação básica de uma pessoa solução (vamos definir como PS pra ficar menos repetitivo) com uma pessoa problema (PP), que na verdade é a mais simples. Eles se completam... em parte. A PP cativa a PS com atrativos físicos, financeiros ou até mesmo sentimentais e eles começam uma relação que na verdade é uma bomba relógio. As complicações da PP irão aos poucos testando a paciência e apego da PS, e essa relação acabará no momento que a paciência e o apego da PS acabar e ela perceber que essa relação não está valendo a pena, e que está sendo prejudicial para ela. A esperança desse relacionamento está em a PP perceber que precisará passar por uma difícil e penosa metamorfose, onde precisará aumentar sua habilidade de aprendizado com erros para poder se tornar uma PS, ou pelo menos alcançar uma neutralidade. Obviamente isso deve acontecer enquanto a PS ainda tem paciência ou apego, sempre chega uma hora em que a paciência já se foi e o apego é a única coisa que segura esse relacionamento. Aposto que muita gente sabe exatamente do que estou falando.

Bem, o relacionamento entre duas pessoas problema é realmente turbulento e cheio de problemas (séééééééério?). E por alguma força misteriosa do caos que rege nossa vida, são relacionamentos que conseguem durar contra todos as chances e desafiando toda a lógica humana. Muitos relacionamentos assim duram porque ambos se identificam em seus problemas, e criam uma relação onde seus problemas se completam e... bem, sentimento é algo muito forte na nossa sociedade, existe muito pouco que o amor não faz com a cabeça das pessoas né?

E por fim, o lendário (lendário porque muitas vezes não passa de lenda) relacionamento entre duas pessoas solução. Eu infelizmente não posso dizer muito sobre ele porque não tive muitas chances de observar de perto tais relacionamentos, que são mais raros que funeral de anão e filhote de pomba. A maioria dos poucos casos são de relacionamentos entre PPs e PSs que deram certo, agora casos de PSs que se encontram e começam um relacionamento são realmente raros. Esse comentário admito que carrega um certo rancor pessoal do universo, mas parece que tem alguma força cósmica que impede as PSs de ficarem juntas, é como se uma PS precisasse encontrar muitas e muitas PPs e se sentir atraída por muitas delas até aprender a diferenciar esses dois tipos de pessoa, ou como se uma PS tivesse uma cota de PPs que ela precisa encontrar antes de ser agraciado com a presença de uma outra PS na sua vida.

Bem, daqui pra frente vai começar a ficar cada vez mais pessoal, estou saindo do foco aqui. Basicamente essa é a base da teoria das Pessoas Problema e das Pessoas Solução, e suas relações. Espero que estudem com carinho meu modo de ver o mundo. E para propósito de manter minhas atuais relações, já aviso que me recusarei prontamente a responder a todas as perguntas do tipo "qual dos dois tipos de pessoa que você citou no blog ou sou?" ou "eu sou uma pessoa solução ou pessoa problema?". E sei o quanto eu poderei ter soado arrogante durante esse post, classificando pessoas como se fosse uma aula de biologia. Tentei ser o mais acadêmico possível, mas não dá pra fazer um omelete sem quebrar ovos, eu prometo que não sou uma pessoa deplorável (eu acho).

quinta-feira, 22 de março de 2012

"Essa sociedade tá tudo errado" 4 - Idealizando


Bem, hoje é quinta dia 22, então aqui estamos! Esse post já estava até a metade faz um bom tempo, decidi que era hora já de terminar e jogá-lo para o mundo. É sobre algo que, pra mim, é altamente pessoal e foi muito presente na minha adolescência e pós-adolescência. Well, here we go.


A vida nem sempre é como a gente gostaria. Na verdade ela quase nunca é como gostaríamos, temos essa mania de criar um mundo melhor em nossas cabeças e nos decepcionamos quando descobrimos que o mundo real não é tão legal quanto essa nossa realidade alternativa. Pelo menos eu sou assim, quem sabe com esse post eu consigo descobrir que não estou sozinho no mundo.

"Idealizar" algo é (na minha concepção) transformar alguma coisa em um ideal, uma idéia perfeita de como aquela coisa deveria ser, e geralmente não é. Acho que as pessoas idealizam o mundo e outras pessoas por vários motivos diferentes, de ansiedade até auto enganação para tornar o mundo um lugar mais fácil de se viver (o problema é que viver nunca foi fácil). Eu pessoalmente encontrei alguns dos meus motivos pra fazer isso. Eu tenho um histórico muito longo de jogar (principalmente mestrar) RPG e analisar roteiros de filmes, livros e qualquer outro tipo de história. É uma mania minha desde pequeno eu "me colocar" em uma história quando gosto dela. Imagino como seria se fosse eu o personagem principal. Acho que é esse um dos motivos pelo qual sou tão ligado em RPG, é jeito mais possível de realmente fazer isso. Bem, esses modos de pensar me fizeram adquirir a estranha mania de criar "roteiros" pra vida. Quando estou ansioso com alguma coisa, um evento, uma festa, um encontro, um whattever, eu já crio na minha cabeça cenas, falas, conclusões e dramas. E eu nunca acerto.

Com o ato de idealizar geralmente vem a decepção. Eu idealizo pessoas, lugares e eventos simplesmente porque na minha cabeça elas são muito mais legais, por isso sempre me decepciono. A realidade não é tão legal quanto eu gostaria. Pessoas têm defeitos, em festas ocorrem problemas, sentimentos nem sempre são tão puros quanto se pensa.

O problema é quando idealizar alguma coisa impede você de entendê-la e saber usá-la. Um exemplo comum? O amor. Existem muitas pessoas que idealizam o amor, e exatamente por isso nunca o encontram. Estão sempre esperando sentir borboletas, encontrar pessoas perfeitas, viver grandes histórias de filme, quando na verdade muitas vezes o amor está em aceitar (ou até gostar) dos defeitos nas pessoas, passar por momentos não tão românticos assim, e encontrar a felicidade. Não estou falando que não existam grandes histórias de amor, mas que o amor é algo simples, e exatamente por algumas pessoas o idealizarem tanto que não conseguem entendê-lo ou mesmo aproveitá-lo.

A ideia principal é que a realidade quase nunca é como queremos, como planejamos. E nem sempre é fácil lidar com isso. Mas pare e pense: por que isso acontece? Por que nos decepcionamos tanto com a vida? Porque não conseguimos evitar de ter altas expectativas para não nos decepcionarmos menos?

Bem, eu não sei.

É, fazer o que né? A vida tem dessas coisas. Se decepcionou? Provavelmente estava esperando demais de mim. Mas eu tenho dois "achos" sobre a questão. O primeiro e mais triste é o caso de pessoas que usam a idealização como "bóia". Criam ideais de como tudo deveria ser e se seguram nisso pra facilitar a vida no mundo real, é se se apoiar na fantasia pra aguentar a realidade. Como eu disse acima, viver não é fácil, e tem gente que precisa se enganar um pouco pra aguentar. O segundo "acho" (e o mais comum) é que nosso otimismo (que imagino que todos tenhamos, mesmo que esteja beeeeem no fundo da nossa personalidade) se junta à nossa ansiedade e eles começam a criar ideias perfeitas sobre o mundo. Isso não é totalmente ruim (na verdade nada é totalmente ruim ou bom). Se não tivermos um ideal, uma ideia perfeita sobre alguma coisa, não teríamos tanta força de perseguir nossos objetivos. E não disse também que só por algo ser idealizado é impossível de se conseguir. Algumas coisas podem sim ser do jeito que idealizamos, e às vezes até melhor. O que precisamos é conseguir achar um equilíbrio entre o complô do nosso otimismo com a nossa ansiedade e o nosso senso de realidade. Ao contrário do que diz essa tirinha, baixas expectativas não são o segredo de uma vida feliz, mas de uma vida medíocre (sim, eu entendi a piada, só estou usando de exemplo). Usando uma metáfora motivacional, você deve usar seu otimismo e ansiedade como combustível, e seu senso de realidade como guia, assim quem sabe você consegue chegar rápido no lugar certo. Só não deixe seu realismo estragar seus sonhos e nem sua idealização te impedir de enxergar a realidade.

Bem, esse post foi mais um "achismo" do que uma ideia concreta ou crítica com embasamento. Isso é o que eu acho, e cada um tem o direito de pensar e agir por si mesmo independente de pseudos-psicólogos de blog. Eu pessoalmente passei uma grande parte da minha vida vivendo de idealizações e decepções. E até conseguir desenvolver meu senso de realidade eu me decepcionei MUITO. Mas bem, é a vida né. Espero que tenha sido uma referência para vocês pensarem pelo menos, nem que seja uma referência errada, mas que tenha feito vocês refletirem melhor sobre a vida. Inclusive, é esse o objetivo desse blog. Bem galera, live and learn, i'm outta here.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Back in business.... again.

Bem, fiquei um tempo parado sem postar nada por pura e simples preguiça e falta de disciplina. Mas fui percebendo o quanto eu preciso desse blog, botar minhas idéias em algum lugar, pra poder refletir sobre elas e vê-las crescer. Todo mundo tem um modo de aprendizado favorito (inclusive, o de muita gente que eu conheço é se fodendo) e o meu é escrevendo. Vou tentar manter posts periodicamente, e já que estou voltando hoje vou tentar manter esse dia. Já vi que um post por semana ainda é complicado por enquanto (mais por falta de costume e disciplina do que por falta de tempo) então decidi que irei botar um post toda quinta feira par.

Exato, não é bem uma periodicidade (rá, palavra nova!) muito comum, mas assim pelo menos faço 2 posts por mês no mínimo. E se perceber que consigo aumentar a frequência eu faço posts semanais ou arrumo alguma outra periodicidade (duas vezes, se usar mais uma a palavra é minha) mais estranho ainda. E isso é mais pros posts do "Essa sociedade tá tudo errado" que são mais trabalhosos, ou qualquer outra série que eu acabe inventando.


Este post foi só pra deixar registrado o aviso e a nova periodicidade do blog (achievement unlocked). Por enquanto é só, vivam e aprendam. Vitor Yamana, rolling out.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Guia do Preguiçoso - Doação de sangue, plaquetas e medula

Yo galera! Fim de ano chegando, todo mundo ficando mais natalino, o espírito de caridade está no ar e a piedade se apossa das almas felizes, tudo isso regado à boa e velha alegria do décimo terceiro. Essa semana decidi deixar as análises sociais de lado um pouco e aproveitar desses bons sentimentos pra tentar fazer jus à boa e velha Man in the Mirror do MJ, "Make that change".

Criei esse título "Guia do Preguiçoso" mas não sei se vai ser algo que vou repetir, é uma idéia válida mas veremos se vou achar mais coisas legais pra levar isso adiante. Decidi fazer esse guia pra uma coisa que eu tenho o costume de fazer desde os 18 anos - doar dangue - e muita gente não faz por pura preguiça mesmo, muitas vezes justificada com falta de informação. Se este é o seu caso, agora a sua única desculpa vai ser a preguiça. Vou aproveitar e incluir doação de plaquetas e medula no pacote, porque é incrivelmente mais fácil e as chances de salvar alguma vida por aí também são boas.

First things first, doar sangue é um ato nobre, te leva pro céu e tudo mais, mas não é todo mundo que pode. Existem alguns pré-requisitos básicos pra classe de prestígio de doador. Que estão mais completos no link. Mas como é um guia pra preguiçosos (e clicar é um trabalhão), resumirei aqui. Você precisa ter mais de 16 anos (com 16 e 17 precisa levar uma autorização, está no link), mais de 50 quilos, não ter bebido nas últimas 12 horas, não estar grávida, não ter feito tatuagem nos últimos 12 meses, ter dormido bem e comido (nada de jejum, geralmente eles até te dão um lanche antes caso não tenha comido nada). Basicamente é isso. Qualquer dúvida o link leva até o site do pró-sangue, que é bem informativo.


Recebendo sangue em zelda style, praticamente um quarto de coração na vida real


Ok, você passou no teste (não é assim tão difícil não?), agora só falta levantar seu traseiro de mais de 50 quilos dessa cadeira e procurar o hemocentro mais perto de você (link também do pró-sangue, ajuda bastante). Já fui em uns 3 hemocentros diferentes e em todos as pessoas foram extremamente educadas e atenciosas, elas sabem que você está lá pra ajudar e te tratam super bem, chega a ser até uma massagem pro ego. Chegando lá é só fazer o cadastro rápido, fazer o teste de anemia (que se você não olhar nem sente o beliscão) e medir a pressão. Depois vai fazer uma entrevista que é um tanto... íntima até, mas também é divertido pra saber o quanto você não tá fudido (isso é, se você nunca foi preso ou teve malária, as perguntas são mais menos nesse nível) e mesmo assim eles têm noção de que algumas pessoas podem mentir na entrevista e dão uma última chance em sigilo pra você falar que seu sangue não está apto para ser usado. Caso você seja saudável é só ir pro local da doação, que tem cadeiras extremamente confortáveis (ainda terei uma dessas em casa). A doação em si é tranquilamente, eu tenho o costume de doar sangue desde os 18 anos e nunca tive problemas, mas essa é a hora de ser corajoso porque obviamente a doação de sangue envolve uma agulha, algo que algumas pessoas podem ter problemas às vezes (algumas vezes de modo meio vergonhoso até). Tendo um pouco de coragem (não olhar pra agulha ajuda) em 15-20 minutos você está pronto pra ir embora, meio quilo mais leve (geralmente extraem 460-490 ml de sangue) e com um sentimento de missão cumprida, não antes de ganhar um lanchinho (que varia de um lugar pro outro). Sempre orientam a não beber álcool no dia da doação e não pegar peso com o braço usado, e de fato dá um pouco de fraqueza no braço, se for voltar de ônibus cheio pra casa é melhor dar um tempinho antes. A parte boa, além de saber que você fez algo legal, é que você recebe em casa depois de umas semanas um exame de sangue confirmando que seu sangue está apto pra doação. É sempre bom saber né, se manter informado sobre si mesmo. Conheço pessoas que não sabiam seu tipo sanguíneo até ir lá doar, já aconteceu comigo também de fazerem uns testes a mais de graça, com nível de colesterol e outras coisas. Ah, e o atestado né, quando doa sangue você tem atestado para ganhar o dia. Acho que é lei, mas é sempre bom confirmar com o RH antes né, vai saber (Recursos Humanos, não fator RH).

Uma doação se parece mais ou menos com isso, mas sem os dois caras felizes no fundo assistindo

Um aviso especial pra quem tem sangue tipo O, que é doador universal (em especial  O negativo). Vocês são doadores unversais, o que quer dizer que podem doar pra qualquer tipo, o que quer dizer que sangue tipo O nunca é demais, só que - bom frisar isso - é bom lembrar também que você só pode receber sangue do seu tipo, mais nenhum. Então se você é O tem muito mais motivo pra doar sangue, porque se você um dia precisar de tranfusão de sangue, só vai poder receber sangue O, então quanto mais você doar, mais do seu tipo de sangue vai ter pra você caso precise. É um caso de auto preservação até.

Vai saber quando você pode precisar de sangue né? (ia colocar só a Jessica mas decidi ser democrático)

Bem, já doou sangue, fez sua boa ação do dia e sua mãe estará orgulhosa de você. Mas lembre-se que sempre tem um nível acima. Além de sangue você também pode doar plaquetas, que é um procedimento mais demorado que a doação de sangue, mas bem mais importante. E é muito mais simples do que parece, doação de plaquetas não é igual a de sangue, como as plaquetas têm uma vida muito curta não podem ser guardadas, então a doação tem que ser feita no ato, pra alguém que estiver precisando. É só você ir doar sangue em um hemocentro que faça o cadastro (em São Paulo tem no Hospital das Clínicas, pertinho do metrô) e doar sangue normalmente. Chegando lá é só pedir pra fazer cadastro de doação de plaquetas, vão pegar seu telefone e pronto. Se alguém precisar de uma doação de plaquetas vão entrar em contato com você. Simples assim, e é mais um jeito de ajudar.

Quer mais ainda? Nossa, quer mesmo ser um doador épico hein? Só não vai fazer igual o Will Smith em 7 vidas, aí já é demais. Mas você ainda pode fazer cadastro de doação de medula também. É algo bem sério, e é o jeito mais direto de você salvar uma vida e até conhecer a pessoa que você estará salvando. Também é mais simples que a doação de sangue. É só procurar um lugar que faça o cadastro, aqui você encontra o lugar mais perto de você. Em São Paulo o cadastro pode ser feito na Rua Marquês de Itu 579, perto do metro Santa Cecília. É bem parecido com a doação de sangue, mas tiram só uns 2 tubinhos de sangue. Aí você já fica cadastrado, e se alguém precisar te chamam. Uma coisa que me chamou a atenção quando pensei em fazer o cadastro é que algumas pessoas não fazem o cadastro não só por preguiça e desinformação, mas por medo da extração. E não posso dizer porque nunca fiz, mas me informaram é que é algo que será feito do jeito mais tranquilo possível, pode ser por punção lombar ou por sangue. E não, não vão mexer no seu sistema nervoso, pode ficar tranquilo.

 Sete Vidas, ótimo pra inspirar, só não vai querer fazer igual

Imagina o quanto não baixaria o índice de mortalidade se tivéssemos o ritual de, quando uma pessoa faz 18 anos, ao invés de levar alguém pra uma balada ou "casa de divertimento masculino" levássemos essa pessoa pra fazer sua primeira doação de sangue, e seu cadastro pra doação de medula e plaquetas. Nada impede de fazermos os dois também (sou totalmente a favor de baladas e "casas de divertimento masculino"). Esse tipo de preocupação com as pessoas é algo que deve vir de cada um também, o máximo que podemos fazer é incentivar e informar, mas (infelizmente) não dá pra forçar ninguém a querer fazer um pouco mais do que estamos acostumados pra, quem sabe, ajudar alguém. Eu to tentando fazer a minha parte. Como disse lá em cima, tentando deixar o Michael Jackson orgulhoso e começar essa mudança pelo homem no espelho.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

"Essa sociedade tá tudo errado" 3 - Assim caminha a vida social

Essa semana eu dei uma atrasada porque ando um tanto atarefado esse fim de ano, mas estou me chicoteando pra manter a assiduidade aqui. Agradecimentos especiais ao grande amigo Paganus pela ajuda que precisei quando a cabeça fundiu e precisava de alguém pra apontar quando eu parei de fazer sentido. E antes tarde do que nunca, aqui está.

Uma amiga minha comentou comigo um dia desses que está sentindo um pouco de falta da "moral", da atenção que ela tinha antigamente. Ela realmente é uma garota muito bonita e era bem popular na época do colégio, justamente por ser muito bonita, divertida e ser muito madura desde cedo. Ainda mais que agora ela está namorando, então não pode nem ir pra balada pra ter aquela massageada no ego. Disse a ela que é uma situação complicada, e que as coisas não são mais como eram antigamente.

E comecei a pensar... realmente não são.

Eu pessoalmente nunca fui um cara  lá muito popular no... bem, em lugar nenhum. Mas consigo perceber um certo declínio na quantidade de convívio social que vamos tendo com o passar do tempo. Óbvio (algumas opiniões do último post me mostraram o quanto preciso lembrar disso) que cada caso é um caso, estou falando de um cenário geral totalmente genérico (e pleonástico).

Mas vamos pensar em como caminha a vida social (estou usando como base a MINHA época, que fique bem claro): Começamos a vida social basicamente na escola, onde somos "obrigados" a começar a viver em comunidade com outras pessoas, durante o primário aprendemos o básico sobre "ser gente", e já começamos a fazer os nossos primeiros amiguinhos. No ginásio já começamos a pensar na possibilidade que talvez estejamos "virando gente", e começamos a aprender a diferença entre meninos e meninas. No colégio é que  tudo acontece: achamos que já somos gente, quando na verdade somos adolescentes ainda. Vem a puberdade e com ela tudo muda, a vida se transforma. As ansiedades param de ser bolas de futebol e começam a ser peitinhos, a programação favorita da TV (agora internet) deixa de ser desenhos e começa a ser perigosa de se assistir porque é proibida pra sua idade, na adolescência o joystick é mais embaixo (estou falando meio que exclusivamente de garotos porque já sei pouco sobre mulheres, imagina de garotas adolescentes). Nessa época tudo é mais rápido, mais intenso, tudo é novo, principalmente as paixões. Elas são também rápidas, intensas e inexperientes. Essa é a época de ouro para as pessoas populares, e se eles não tomarem cuidado, seu auge. Muita gente que eu conheço já se deliciou em reconhecer pessoas da época do colegial em redes sociais, ver o como "o cara mais legal da sala" está com 2 filhas que vieram por acidente, casado por pressão e com uma protuberante barriga de chop, e a "garota que desenvolveu os peitinhos antes das outras" está já uma bagunça, parecendo 10 anos mais velha do que deveria e seus antigos "atrativos" já estão começando a cair (mais um assunto pra desenvolver melhor em outro post). Essa época é muito forte na cultura pop americana. Quantos filmes de colegial existem por aí? Eles louvam a época do colegial de um modo que muitas pessoas se prendem ainda a ela décadas depois, não conseguindo se tornar nada melhor do que foram naquela época (na minha opinião de merda, baseada em filmes e seriados).

Passando a fase do colegial é quando somos jogados na vida. A partir daí temos escolhas (se nossos pais permitirem), não temos mais o um trilho certo a seguir e começamos a escolher nossos caminhos, essa fase eu costumo chamar de "adultescência" porque você mal deixou de ser um adolescente, e ainda não está preparado para se tornar adulto. É uma fase bem complicada. Antes você tinha "amiguinhos" que depois viraram "amigos" e alguns "amigos de verdade", e só os amigos de verdade te acompanham nessa transição de fases. O tempo vai passando, você começa a cada vez ter mais "colegas" do que "amigos", colegas de trabalho, colegas de academia, conhecidos de eventos. Tem cada vez menos pessoas íntimas, mas esses relacionamentos vão ficando cada vez mais fortes, até porque as obrigações da vida vão aumentando, e o tempo e disposição pra "fazer novos amigos" é bem menor. O que acontece é que, conforme a vida vai passando você começa a passar menos tempo com grandes grupos de amigos e mais com grupos menores de bons amigos. Com o tempo também vem (ou pelo menos deveria) uma maturidade maior para relacionamentos em geral, e você começa a ficar mais seletivo, depois começa a constituir família e somente seus amigos de verdade sobram, e acabam virando padrinhos. Bem, a vida social é um grande funil, e no final dele terá somente você, sua parceira pra vida e talvez um gato. Então acho que tive razão em dizer para essa amiga "relaxa, é normal" e ficar tranquilo em saber que ela terá que se adaptar, mas conhecendo ela sei que seu auge não foi no colegial, ela tem muita coisa pela frente ainda.