domingo, 16 de outubro de 2011

"Essa sociedade tá tudo errado" 1 - Relacionamentos

Bem, começando uma seção no blog pela primeira vez. Quem sabe não esteja na hora de levar mais a sério isso aqui. O "Essa sociedade tá tudo errado" (erro gramatical proposital) é onde eu pretendo falar sobre tudo que eu acho que está errado com o modo de vida que nos é empurrado desde o nosso nascimento, em como esse pensamento de massa nos leva a não enxergar as simplicidades de conviver em comunidade. Em resumo, meu espaço pra falar mal de nós, a sociedade.

Começando com algo mais básico: relacionamentos entre pessoas.

Estou sendo genérico aqui. Namoros, casamentos, amizades, amizades com benefícios. Qualquer tipo de relacionamento mais profundo que se possa ter com alguém (não poderia falar sobre relacionamentos casuais e mais "rasos" porque sou péssimo neles).

Ok, from the top, todos já tiveram problemas com relacionamentos (e realmente acho que não existe exceção pra essa regra) e de meus 25 anos de experiência me relacionando e assistindo seriados e filmes sobre o assunto descobri o problema central de tudo. A grande maioria dos problemas vêm de uma mesma fonte: as palavras não ditas.

Todos sabemos que ações falam por você: Ela olhou pra você, ele abriu a porta do carro, ela cruzou os braços e desviou o olhar, ele lembrou do seu aniversário... E a falta delas também acabam mandando mensagens: Ele não ligou no dia seguinte, ela não apareceu na aula hoje, ele não dançou com você como sempre fazia, ela não sorriu quando te viu. Ok que esse exemplos são totalmente corriqueiros e genéricos, mas eles passam uma mensagem certo? E sabe o que também é super útil pra mandar mensagens, e as pessoas geralmente esquecem de usar? Palavras!

Pois é, relacionamentos são feitos de palavras, ações e sentimentos. E essa é uma triforce complicada, parecida com o banquinho de três pés que o Beakman usou pra explicar como funciona o fogo: você tira um pé, não tem como o banquinho se manter (fiz uma busca rápida mas não achei vídeo, estou confiando na sua memória e idade). Pare e pense em algum problema específico que alguém que você conhece já teve com alguém. Todo problema tem dois lados, e acho que é mais fácil pensar em problemas dos outros porque é bem mais fácil ficar sabendo dos dois lados do problema e porque é infinitamente mais fácil assumir erros nos outros do que em si mesmo. Analise a fundo o problema e crie uma árvore de possibilidades, mantendo em mente o que simples palavras poderiam ter feito.

Exemplo 1: Uma vez saí com uma mina que beijava mal, apesar de ser uma garota muito legal, bonita, inteligente e uma boa companhia, dava um pouco de desânimo de sair com ela por causa disso. Por acaso conheço alguns caras que já ficaram com ela também, e todos concordaram comigo, que ela beijava mal, mas ninguém nunca falou nada. Claro, aprendemos com a sociedade "é estranho falar sobre algo assim", "ela não vai gostar de ouvir, é melhor evitar", "esse tipo de coisa não se fala" e bem... aprendemos errado. Como eu sou estupidamente direto e sincero, eu conversei com ela, do jeito mais delicado que eu consigo (o que não é grande coisa) e por mais que ela tenha falado que não gostou de escutar isso, melhorou muito a situação. Fica um clima estranho sim, porque não estamos acostumados com esse tipo de sinceridade, mas o clima estranho passa e as melhoras (pra mim e acho que até pra ela) são permanentes. Na verdade acho que conversando com ela eu me poupei de um belo capítulo de Friends na minha vida, daqueles onde o problema cresce por falta de comunicação. Essa é uma característica que eu me orgulho de não ter em comum com o Chandler.

Exemplo 2: Um conhecido meu passou por um namoro de 4 anos que acabou do nada. De uma hora pra outra. Sentimentos de 4 anos não simplesmente desaparecem, eles começam a murchar em segredo, influenciados por problemas guardados que vão piorando aos poucos. Eu acompanhei esse namoro em seus 4 anos, vi os problemas e até apontei alguns, mas esse conhecido tem a estranha mania de não me escutar. Eu fiz como escrevi lá em cima, montei a árvore de possibilidades e, se eles (principalmente a garota, que foi quem cultivou os problemas dentro de si e terminou do nada porque não aguentava mais) tivessem conversado sobre esses problemas, tentando resolver um por um aos poucos ao invés de ir deixando acontecer, as chances de acabar assim seriam bem menores (aliás, "deixar acontecer" é outro grave problema, outro dia falo sobre isso). Mas bem, era primeiro namoro, e eles são mundialmente conhecidos por não darem certo.

Na verdade essa é uma lição que se aprende melhor um bom tempo depois de assimilada. Quando você leva a vida com isso em mente, começa a reconhecer os problemas que poderiam ser evitados com uma comunicação melhor, e quem sabe com um tempo, começar a realmente evitar tais problemas, se você for cara de pau o bastante. Não acho que devíamos ser totalmente sinceros o tempo todo, a humanidade não está pronta pra isso (mas sarcasmo é um bom jeito de extravasar isso), mas acho que se todas as pessoas fossem pelo menos... duas vezes mais sinceras umas com as outras, e deixassem menos coisas não ditas, já faria uma boa diferença.

And that's how Sue... ops, frase errada. Acho que preciso de um jargão de fechamento.

Mas é por aí, é assim que eu vejo a vida. Posso estar errado em algum ponto, mas tem dado certo pra mim. Vivam e aprendam!