terça-feira, 27 de setembro de 2011

Tirando a teia

Duas pessoas muito influentes (na minha vida) me influenciaram (tá vendo como são influentes?) a voltar a escrever. Resolvi dar uma olhada nos textos antigos. Surpreendentemente me deparei com um arquivo chamado "post 30-03-2007", um texto que iria pra este blog, e por motivos totalmente esquecidos, não foi.

Dei uma lida e por incrível que pareça não me senti tão nostálgico assim, exceto pela dica de vídeo no final, que entrega a data do post. Alguns dias depois essa música iria tocar na minha lendária festa de 21,com direito a coreografia e tudo mais. Mais de 4 anos e (com direito a um namoro de um ano e meio) depois eu leio meus pensamentos e percebo que não mudei quase nada. Aqui está o texto na íntegra, se eu substituísse "as pessoas são complicadas" por "as pessoas são idiotas" ele estaria totalmente atualizado e compatível com a minha atual realidade.

Vitor Yamana, 30/03/2007, 20 anos.

Já se pegou olhando para um lugar distante que só existe em sua própria visão? Às vezes acontece por causa de algum problema que não te deixa pensar em qualquer outra coisa. Você fica olhando para o vazio, simplesmente pensando no que te atormenta, não chega a pensar na solução, ou na causa desse problema, simplesmente pensando no problema, como se isso fosse solucioná-lo de alguma forma. Às vezes isso deixa você com esse olhar.

Vez e outra nos sentimos incompletos, por mais feliz que sejamos, por mais que tenhamos tudo que queremos algumas vezes nós sentimos falta de algo. O ser humano tem essa qualidade, a ambição, a virtude de nunca estar feliz com o que tem. Tem quem diga que isso é algo bom, porque se nós fôssemos felizes com o que temos ainda estaríamos vivendo em cavernas. Em parte eles estão certos. É estranho ver que o homem está sempre correndo atrás de algo que ele não sabe o que é. Eu mesmo desde pequeno procurava isso. Um dia fui fazer a besteira de me perguntar porque estava aqui, e como todo ser humano não encontrei minha resposta, então dava pequenos sentidos para a minha vida, pequenas coisas que me faziam bem, e então eu quase que vivia para aquilo. Isso já passou por várias formas: o novo transformer preto que eu tinha acabado de ganhar por tirar 10 na prova, um vídeo game novo, um jogo novo, rpg, kung fu... Muita coisa já foi minha “razão de viver”, o meu problema foi quando isso tomou a forma de garotas, por isso tive uma adolescência conturbada (nota: minha adolescência durou até os 19 quase). Mas não querendo perder meu foco, esse “sentido da vida” nos persegue pela vida inteira, e não adianta procurar.

Uma vez achei que se eu fosse realmente sincero comigo mesmo conseguiria descobrir o que realmente quero, só não pensei que fosse tão difícil. Por mais que eu me esforce às vezes não consigo saber o que realmente quero ou sinto. Às vezes as pessoas cobram sentimentos que eu simplesmente não sei: não sei se quero ou não, se gosto ou não. E o que falar? Falar que simplesmente não sabe? Nem todo mundo aceita isso. Por isso é tão difícil viver com pessoas. Relacionamentos são complicados porque as pessoas são complicadas, e se você não conseguir ser sincero pra você mesmo e parar de se enganar não vai conseguir ser sincero com as pessoas, e vai continuar fechado.

Já caí também na besteira de achar que todos os seres humanos são parecidos no fundo, e me enganei imensamente. Percebi que nem mesmo em sua base mais essencial os seres humanos são iguais, todos somos tão diferentes uns dos outros, e isso graças à nossa vivência, nós somos o que o nossas escolhas e aprendizados nos tornaram, e a única coisa que temos em comum é que estamos aqui, juntos nesse mundo. Já parou pra pensar na vida dos outros? Na maioria das vezes ninguém faz isso, o ser humano é egoísta a esse ponto. Conviver é pensar no outro também, e em como ele se sentiria. A segunda lei divina de Jesus diz :”ame ao próximo como a ti mesmo” e alguns traduzem: “faça ao próximo o que quiser que te façam”, mas existem coisas que você gosta e que as outras pessoas não é preciso conhecer as pessoas para saber como tratá-las. Sei que é besta e óbvio, mas eu precisei pensar para chegar a essa conclusão, e ainda assim não consigo pô-la na prática como deveria.

O que esses 3 parágrafos têm em comum? Eu. Acho que só isso.
Queria escrever com mais ênfase e foco em algo, mas como eu mesmo disse, ainda estou treinando.

É isso, espero que vocês não se identifiquem com meus problemas, de doido já basta um.

Muito obrigado pela atenção e muito boa noite.

Dica – Rivaldo sai desse lago